terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Tragada foi a morte pela vitória (Quando Deus me curou do câncer)

Queridos amigos e irmãos:

Estou, oficialmente, testemunhando a todos vocês a tremenda vitória conquistada em minha saúde, através da infinita misericórdia do Senhor Jesus.

Justo quando as tomografias estavam indicando a infiltração do câncer em áreas vizinhas aonde havia sido retirado o tumor maligno, e revelando comprometimento dos linfonodos (que é o que provoca o espalhamento da doença pelo resto do organismo), e o médico solicitou mais dois exames de precisão a fim de melhor quantificar o problema e identificar o local a ser retirado em possível cirurgia, fomos todos surpreendidos: de repente, o câncer sumiu.

E isso, amados, num espaço de apenas 4 dias, entre uma tomografia, cujo laudo confirmou o "espessamento parietal do reto com comprometimento de linfonodos", e outros dois exames que revelaram estar tudo curado. Não há o que discutir: foi um milagre do nosso Deus Altíssimo.

Porém, o maior milagre de todos não foi a cura física. Muito mais impactante e permanente foi a transformação interior que o Senhor Jesus me proporcionou, e à minha família, durante esses meses de enfermidade. Desde minha conversão a Cristo, há muitos anos, sempre me mantive bastante ativo na caminhada cristã. Deus me ensinou muitas coisas, e quis me usar para tantas outras. Jamais arredei dos fundamentos da Palavra de Deus, e me tornei um veemente defensor da sã doutrina do evangelho. Mas, preciso admitir, como já o vinha fazendo há tempos: eu precisava vencer principalmente dois problemas básicos.

Um, é que minha vida cristã sempre foi um tanto, digamos, "intelectualizada", e, por minha própria natureza, era comum eu me encontrar tentando "racionalizar" a fé. Outro, é que sempre tive uma tendência de querer controlar as situações à minha volta, a ponto de não saber, de verdade, "descansar" na presença de Deus, na Sua vontade soberana. Nesse último caso, mesmo quando eu via esgotadas todas as possibilidades humanas de solução de um problema, acontecia de eu continuar segurando as rédeas das circunstâncias, tentando domá-las, quando não estavam mais no alcance de minhas mãos – isso significava, é claro, que eu ainda não havia aprendido a depender totalmente da bondade e da justiça do meu Deus.

A pedagogia de Deus não falha. Àqueles mais simples, mais humildes, menos arrogantes, menos teimosos e que sabem agradar mais a Deus, Ele ensina com facilidade, e a mudança vem rápido. Mas, àqueles que, como eu, somos mais difíceis e teimosos, o Senhor reserva métodos de maior impacto e penetração, é claro.

Quando descobri o câncer, eu não sabia se era uma enfermidade para a morte ou para o aprendizado, ou se para as duas coisas. À essa altura, já sei. E identifico que tal doença apenas fez parte de um processo – ainda não concluído – de aperfeiçoamento de minha fé e de minha relação com Deus (e, é claro, com outros efeitos colaterais positivos, inclusive na vida de terceiros). Sem falar, é óbvio, na própria glorificação de Seu Santo Nome.

Digo que é um processo porque o venho vivenciando lentamente desde o nascimento de meu filho, Daniel, cujos problemas de saúde, desde ainda pequenino, me levaram a ter de me relacionar com o que chamo de "a pedagogia do sofrimento", indispensável para ensinar gente empedernida como eu. Seguiu-se a quase perda de nossa filhinha Rebeca, logo no seu primeiro mês de vida, e todos os episódios graves de saúde que a acometeram na época, quando a medicina demonstrou-se incapaz e tive que aprender a criar coragem para crer, de verdade, naquilo que eu apenas dizia a Deus, de boca: que Ele é o dono de tudo e de todos, e que a Ele compete dar e tirar a vida; a mim, compete apenas receber e crer. Já vinha, pois nesse processo complicado de aprendizagem, pela minha dura cerviz, até que culminou com esse último episódio.
Louvado seja Deus! Saio dele ileso, com a fé fortalecida e mais íntimo do meu Deus. Mas não terminou, sei disso. Além de precisar manter em constante "alimentação" o processo de mudança de atitude de fé e de dependência do Senhor, sou, ainda, cheio de defeitos, sendo alguns deles carentes de correção sob risco de atrapalhar todo o resto. Por isso, sei que meu Senhor Jesus ainda tem planos a esse respeito, e continuarei firme para fazer parte deles.

"Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é este que sem o conhecimento obscurece o conselho? Por isso falei do que não entendia, coisas que para mim eram por demais maravilhosas, e que eu não conhecia. Ouve pois, e eu falarei; eu te perguntarei e tu me responderás. Eu te conhecia só de ouvir; mas agora os meus olhos te vêem..." (Jó 42:2 a 5).

Quero que todos os amigos e irmãos se alegrem comigo e com minha família por essa vitória dada pelo amor, pela bondade e pela misericórdia do Deus Vivo. E que se juntem a nós no reconhecimento e na glorificação do maravilhoso nome que é acima de todo nome: Jesus Cristo, aquele que era, que é e que há de vir, e que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Como o Senhor diz em Sua Palavra: "tragada foi a morte pela vitória!".

Agradecemos a todos pelas incessantes orações, que com certeza foram ouvidas, e pelas constantes expressões de carinho e consideração que recebemos de gente de todo o país, nesse período.

Jesus os abençoe grandemente, queridos.

Beijos a todos!


Ricardo, Ana Carmem, Daniel e Rebeca.
20/07/2006

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