terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Para a minha mãe

Mãe querida...

Como é que palavras poderiam expressar a gratidão que tenho por tudo o que de você recebi todos esses anos?

É difícil para eu dizer, por escrito, ou até mesmo falando, a profundidade do amor e do agradecimento que tenho em meu coração pela pessoa maravilhosa que você foi e é, comigo e com meus irmãos, como mãe, e com o meu pai, como esposa.

Salomão, filho de Davi, na Bíblia, escreve, em seus “Provérbios”, sobre a mulher virtuosa. Quando leio essa passagem, lembro-me de você. Minha mãe é, de verdade, uma mulher virtuosa. Exemplar, batalhadora, fiel, persistente, forte, equilibrada e, acima de tudo, muito bonita. Quem poderia querer uma mãe melhor?

Meu pai é um bem-aventurado por tê-la como companheira. Eu e meus irmãos somos bem-aventurados por tê-la como mãe. Ninguém pode chamar isso de “sorte”, pois essas coisas nem existem. É a pura bondade de Deus. Ele, que é justo e perfeito, em Seu imenso amor e misericórdia, resolveu nos presentear com você. Poderia haver algo melhor nessa vida? Por isso, nossa gratidão a Deus por tê-la feito e por ter me dado a bênção de ser seu filho.

Conhecendo sua história, por ter feito parte dela, e ainda fazer, em minhas aulas eu uso seu exemplo (assim como o do papai) para mostrar aos meus alunos o que é ser “resiliente”. Resiliência é uma propriedade de certos materiais de, depois que sofrem pressões e deformações, conseguirem voltar à sua forma original. De uns anos para cá, muitos escritores têm usado o termo “resiliência” para caracterizar pessoas que têm a capacidade de, ao passar pelas difíceis lutas da vida, não se deixam abater nem vencer, dão a volta por cima, e continuam em frente, sempre alegres e esperançosas, cheias de vida, independente dos problemas que as cercam. Você, mãe querida, é o exemplo de uma mulher resiliente. E sou grato a Deus por isso.

O apóstolo Paulo, quando estava preso e acorrentado por haver se convertido a Jesus e passar a pregar o evangelho, espantava os carcereiros porque cantava hinos de louvor a Deus no auge do sofrimento. E ele escrevia: “minha confiança na justiça de Deus é tamanha, que aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”. E ele disse para fazermos o mesmo. Já Davi, antes de ser rei de Israel, viveu no deserto e foi duramente perseguido pelos exércitos de Saul. Vivia nas cavernas, lutava com feras selvagens, passava fome e sede no deserto. Mas foi nessa época, em sua vida, que ele aprendeu a depender de Deus, o que seria fundamental para sua própria vida e para a missão que ele tinha a realizar dali em diante. E foi nesse período de tribulação que Davi escreveu os mais belos salmos e hinos que hoje temos na Bíblia. E José, que foi vendido por seus irmãos como escravo? Quando estava sozinho e preso nas masmorras do faraó, a Bíblia diz: “E o Senhor era com José”. Como podia? José em intenso sofrimento, e Deus estar com ele? Mas José, de algum modo, sabia que Deus o estava amadurecendo como homem, e preparando-o para o que vinha depois.

Isso é ser resiliente. Você é assim, mãe. Um exemplo para todos nós. Mas também é humana, frágil, emotiva – como deve ser toda boa pessoa. Por isso aprendemos tanto com o seu sorriso quanto com as suas lágrimas, e as duas coisas fazem parte da vida de uma mulher forte e tenaz como você.

Continue como é, mas sempre se lembre de que Jesus nos edifica e nos aperfeiçoa cada vez mais, quando nos deixamos relacionar com Ele. Deus ainda tem muitas missões para você, mãe querida. Está preparada?

Amo você de todo o meu coração. Obrigado por sua vida em nossa vida.

Seu eterno filho,

Ricardo.

(Dia das Mães, 14/05/2006)

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